É fato que estamos vivendo em uma época diferenciada. Hoje, mais do que nunca, existe uma preocupação importante em relação ao impacto que uma marca, empresa ou pessoa pode causar na sociedade, caso resvale em práticas consideradas antiéticas, abusivas ou fora do padrão. O que mudou se ao longo da história tais práticas existiram em menor ou maior escala?

Minha aposta inicial para responder essa pergunta se baseia no fato de que temos aprendido, a duras penas, o quanto é importante separar o que é dano pontual, que causa uma percepção adversa em relação à imagem, da ocorrência que envolve o comportamento empresarial e que afeta frontalmente a reputação.

No primeiro cenário, o goodwill suporta o aspecto circunstancial de um desgaste operacional. No outro contexto, esse capital reputacional pode não ser robusto o suficiente para fazer frente ao impacto que possa vir abalar a credibilidade de uma organização, de um governo ou de uma pessoa.

É por isso que a cada dia que passa, mais e mais formas de resguardar as práticas empresariais como qualidade operacional, transparência e a legitimidade de se fazer o que é certo têm tomado conta das organizações. O outro lado dessa história é que tudo isso não nasceu do acaso. É o resultado de uma maior consciência adquirida pelo consumidor que hoje tem total condição de acompanhar de perto os movimentos que ocorrem do lado de dentro dos muros empresariais, facilmente divulgados, às vezes, pelos próprios funcionários por intermédio das mídias sociais.

Por se tratar de um tema extremamente importante, que tem impacto nos negócios nacional e internacionalmente, surge um movimento inédito e muito forte de construção preventiva de mecanismos de defesa da reputação dada à criticidade deste ativo para as organizações. Trata-se de um esforço multidisciplinar das áreas de Comunicação, Compliance e Jurídico de discutirem os riscos existentes nas organizações e de como protegê-las. Afinal, é muito melhor agir preventivamente do que esperar a crise bater na porta.