Mudanças em relação à importância que a Reputação exerce no desempenho das empresas começam a aparecer de forma concreta no dia a dia empresarial, deixando de ser um ativo intangível para ganhar tangibilidade impactante direta sobre os negócios e os resultados das empresas.
Prova disso está nos resultados da última Global Risk Management Survey (ver painel abaixo), realizada pela consultoria inglesa AON, e cuja versão 2015 publicada recentemente, reuniu respostas de 1.418 tomadores de decisões, provenientes de 28 setores industriais em 60 países, identificando os principais riscos que o mundo corporativo enfrenta.
Em 2015, Prejuízos à Reputação ou à Marca foi considerado o risco mais crítico entre os 10 mais relevantes. Se levarmos em consideração que em 2013 esse fator de risco ocupava a terceira posição, há evidências claras de que esse tema ganhou relevância por uma questão que começa a ser dramaticamente percebida: sem credibilidade e confiança não existe atividade operacional capaz de gerar resultados sustentáveis. Basta olharmos para os cada vez mais numerosos casos de escândalos empresariais que culminaram com o desaparecimento de marcas ou que está colocando em risco a continuidade de negócios de marcas antes consideradas eternas.
Até então, desaceleração econômica, alterações reguladoras/ legislativas ou concorrência crescente eram apontados como os riscos mais críticos na visão das companhias.
O fato é que no século XXI, um dos traços mais marcantes desses novos tempos é o surgimento da economia da Reputação, em que as empresas precisam ganhar a licença social para atuar. Uma licença que vai além daquela concedida pelos governos ou órgãos reguladores ou da capacidade competitiva que produtos e serviços podem gerar.
A licença neste mundo novo passa a ser outorgada pelos grupos de interesse (stakeholders), que tomam como premissa a forma como a empresa realiza sua conduta empresarial (Valores) e o propósito que justifica sua existência e relevância na sociedade. É a partir daí que passam a ser observadas. Mais do que isso: é nesse contexto que passam a ser julgadas com audiência pública ilimitada diante de todo o arsenal de comunicação disponível a uma distância de milésimos de segundos digital.
Enfim, é transformador (e inspirador) constatar que os riscos de reputação passaram a ocupar posição de destaque na agenda da direção das empresas em defesa da perpetuidade de seus negócios. Seguramente, estamos diante de uma ótima oportunidade de produzir uma sociedade melhor.